linguagem neutra não é "BOBAGEM"

Estrelada por Paolla Oliveira e Marcelo Serrado, a nova novela das 19h da Rede Globo adotará linguagem inclusiva para se referir a alguns personagens. A linguagem neutra de gênero busca se livrar do binarismo imposto pelos gêneros tradicionalmente aceitos pela sociedade (masculino e feminino), visando uma comunicação mais inclusiva, respeitosa e abrangente. Ela leva em conta as diversas possibilidades de gênero com as quais as pessoas podem se identificar.

Ao escrever ou falar sem conhecer o interlocutor, naturalmente generalizamos e usamos o masculino: “o leitor” ou “o espectador” são exemplos. O mesmo acontece quando é preciso usar o plural para um número grande de pessoas, mesmo se houver apenas um homem e várias mulheres. Várias vezes usamos “a”, “o” e suas variações sem necessidade, isso acontece com pronomes como “nosso” e “nossa”. Sem perceber, acabamos já definindo o gênero sobre o qual estamos nos referindo. Assim, uma boa ideia é sempre evitá-los nos casos em que isso é possível, como quando utilizamos substantivos uniformes (aqueles que podem ser usados independente do gênero) como por exemplo: “Os colegas ajudaram João a escrever o texto.” / “Colegas ajudaram João a escrever o texto.”, “Eu encontrei a Letícia no parque.” / “Eu encontrei Letícia no parque.”

Na língua portuguesa atual não há um gênero neutro, e por isso as formas neutras dos substantivos e adjetivos foram absorvidas ora pelas palavras de gênero masculino ora pelas de gênero feminino. Mas nem sempre foi assim. No latim vulgar, de onde o português tem raiz, havia o gênero neutro, mas por conta das adaptações da língua ele caiu em desuso, na falta dele, usa-se o masculino para generalizações como por exemplo a frase: “todos estavam presentes”. No idioma inglês, já se tem os pronomes “they” e “them” que foram adicionados ao dicionário e nos países de língua inglesa. Os dois se usam como uma terceira alternativa aos conhecidos padrões de gênero masculino e feminino.

Medidas devem ser tomadas para promover a linguagem neutra. Com instituições promovendo debates, palestras por meio dos espaços escolares, mostrando que isso não é “bobagem” mais sim um movimento para que haja mais diversidade e inclusão na língua portuguesa.

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